quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Resistência às inovações

Um dos grandes assuntos do momento é falar sobre inovação. Algumas empresas idolatram os benefícios da prática dessa palavra, pois, há a esperança que os colaboradores inovem e produzam ideias brilhantes, diferenciadas, conquistando excelentes resultados. Mas, o que acontece com esse discurso no momento de colocar em ação?

É cada vez mais comum as empresas investirem em palestras, seminários e cursos contemplando em seus programas o assunto "inovação". De fato, o motivo do investimento é bastante plausível, todavia, nas mais tradicionais, geralmente não há o adequado preparo para gestão de colaboradores inovadores e pior, frequentemente essa postura de despreparo acontece a partir da alta gestão. As ideias até são produzidas e apresentadas pela equipe, muitas vezes com sólida fundamentação ou nem tanto, afinal frequentemente suas bases são muito pequenas, novas, ou mesmo inexistentes, porém, após algumas idas e vindas, a forma e o modelo tradicional de fazer as coisas acaba imperando, frustrando o inovador ou equipe e fazendo com que a empresa deixe de ganhar.

Mas, por que isso ocorre? É possível que esse problema em muitos "gestores tradicionais" esteja, em parte, ligado a uma função auxiliar de suas personalidades, explico, há pessoas com forte apelo sensorial e não intuitivo, ou seja, aquilo que podem ver, sentir, pegar, cheirar faz muito mais sentido do que o mundo das ideias. Ou então poderia ser a falta de sensibilidade para entender que o mundo está em constante mudança e que é hora de rever seus antigos paradigmas. Certamente há muitos outros motivos que levam as pessoas a resistir, contudo a ideia aqui é sintetizar.

Reuniões ou treinamentos presenciais, viagens de negócios, escritórios, horário rígido de trabalho, agenda em papel, bilhetes, gestão autocrática, lojas físicas e muitas outras práticas e ferramentas habituais podem não ser mais tão necessárias, apenas utilizando algumas tecnologias disponíveis atualmente. Os mais tradicionais, aqueles mencionados anteriormente, que falam do assunto mas tem grandes resistências, certamente dirão coisas do tipo: não é o momento, em nosso segmento ninguém ainda começou, nossa equipe não está preparada, nosso mercado é conservador, e por aí afora. Cabe lembrar que a inovação carrega consigo uma certa dose de audácia para correr riscos calculados, realmente não é para qualquer um.

Outra situação bastante comum, os gestores mais resistentes e com muito poder nas organizações, têm abaixo de si outros gestores, porém, mais abertos e cientes da necessidade de inovar e prontos para agir neste sentido. Como estes novos não conseguem convencer os antigos, mas, tem certo nível de autonomia, começam a agir dentro de suas limitações, contratando um palestrante, organizando treinamentos, formas de trabalho, conscientizando as equipes abaixo de si e outros colegas do mesmo nível. Resultado, a mudança tenta achar suas brechas do meio para baixo, ou até com alguns respingos para cima, contudo, cedo ou tarde o castelo desmorona, pois, não há aderência. Novas políticas, que devem ser aprovadas pelo alto escalão, que contemplem as inovações oriundas "de baixo para cima", tendem a não encontrar seus lugares ao sol.

Para quem trabalha em uma empresa muito tradicional, que possui apenas uma "máscara" de inovadora, ou seja, que fala abertamente mas não permite as novidades, resta apenas duas alternativas viáveis: tentar mudar a empresa, ou mudar de empresa. Continuar tentando e até quando, depende também da paciência de cada um. Uma coisa é certa, fora há um mundo de possibilidades, de portas abertas, esperando ansiosamente que candidatos inovadores participem de seus processos seletivos. Duvida? Fica a sugestão para que converse com alguns recrutadores, porém, um alerta final, muitas dessas são empresas tradicionais, bem intencionadas, porém, insustentáveis neste quesito, portanto, uma pesquisa prévia é altamente recomendada para evitar desgostos futuros.

Por fim, fica a mensagem que inovar pode ser um excelente e viável diferencial competitivo, mas, requer uma postura diferente em todos os níveis, começando por cima, para que as ideias e colaboradores possam brilhar e proporcionar excelentes resultados para todos.

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